A Síndrome dos Ovários Policísticos é sempre motivo de dúvidas nos consultórios. É importante diferenciar os dois conceitos: primeiro, os ovários de aspecto policísticos no ultrassom e, segundo, a síndrome dos ovários policísticos. Nem sempre o fato de ter ovários com aspecto policístico ao ultrassom significa ter a síndrome em si.
Ovários policísticos no ultrassom:
– O termo “ovários policísticos” descreve uma característica observada em exames de imagem, principalmente na ultrassonografia transvaginal. Significa que há presença de múltiplos folículos em um ou em ambos os ovários. Esses folículos são estruturas normais dos ovários que, neste caso, encontram-se em número aumentado.
O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?
– É um distúrbio endócrino (hormonal) que afeta mulheres em idade reprodutiva. Essa síndrome leva a uma série de manifestações clínicas, incluindo: irregularidade menstrual, hiperandrogenismo (acne, hirsutismo/muitos pêlos, queda de cabelo e oleosidade na pele), ovários policísticos, dificuldade para engravidar (infertilidade), resistência à insulina e outros sintomas como obesidade, ganho de peso, alterações de humor e apneia do sono.
O diagnóstico é baseado em critérios clínicos e laboratoriais, sendo necessário preencher pelo menos dois dos três critérios a seguir:
- Ovários policísticos à ultrassonografia;
- Irregularidade menstrual ou anovulação;
- Sinais clínicos ou laboratoriais de hiperandrogenismo;


Pontos importantes:
– Ter ovários policísticos nos exames de imagem não garante diagnóstico da síndrome de ovários policísticos;
– Crianças e adolescentes tem um aspecto “policístico” no ultrassom, sendo denominado geralmente de multifolicular. Sendo assim, o ultrassom pode ser usado como critério após cerca de 6-8 anos da menarca (da primeira menstruação);
– Os cistos nos ovários não são importantes para o seguimento após o diagnóstico da síndrome e eles podem “sumir” após o uso de métodos hormonais contínuos (pílulas ou DIU);
– O diagnóstico da síndrome dos ovários policísticos determina um acompanhamento e tratamento contínuos da paciente, principalmente para reavaliação e tratamento dos sinais e sintomas: resistência à insulina, infertilidade ou sinais de hiperandrogenismo etc.

Dra. Marília Ferreira Gomes da Silva – CRMBA 39532 – Médica Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem/Ultrassonografia
Importante: este texto tem caráter informativo e não substitui a consulta médica. Consulte-se sempre com médicos e profissionais de saúde qualificados para obter orientações personalizadas e de boa qualidade técnica.